Os hormônios sexuais femininos, em níveis normalizados, asseguram que o ciclo menstrual e a gravidez se deem de forma saudável, sem que prejudiquem o bem-estar da mulher. Entretanto, é preciso estar atenta ao desbalanço hormonal, já que algumas situações — como o excesso de progesterona — podem requerer acompanhamento médico para identificar quaisquer condições atípicas.
Juntamente ao estrógeno, a progesterona tem relevância ímpar. Considerado um hormônio anti-inflamatório, ela é produzida durante a ovulação e permite que a mulher engravide com saúde, preparando o endométrio para receber o embrião e garantindo que o útero tolere a gravidez até o fim sem que haja riscos à mãe e ao bebê.
Além disso, a progesterona desempenha outras funções que apresento a seguir, bem como as explicações para os prováveis motivos da alta desse hormônio no organismo. Continue a leitura e entenda!
Quais são as funções da progesterona?
Normalmente associada à gravidez, a progesterona também ajuda o corpo feminino a utilizar gordura como fonte energética, auxilia a ação dos hormônios relacionados à tireoide, é um indicador de fertilidade, renova a libido e ajuda a diminuir o risco de desenvolvimento de câncer de endométrio (a camada que reveste o útero internamente).
Fundamental para que o embrião sobreviva, em mulheres gestantes, ela também ajuda as glândulas mamárias a se desenvolverem, o que colabora a favor da lactação. Para se ter noção, mulheres grávidas, perto do nascimento, podem produzir até 10 vezes mais progesterona do que o habitual.
Quais são os sintomas de excesso de progesterona?
Ainda que a progesterona tenha uma atuação muito benéfica, seu excesso indica um desequilíbrio hormonal que requer atenção.
Dentre os sintomas comuns de mulheres que estão com seus níveis acima do normal, podem ser citados:
- inchaço, causado pela retenção de líquidos no corpo;
- diminuição da libido e dificuldade para chegar ao orgasmo ao transar;
- ressecamento vaginal;
- fadiga;
- temperatura corporal elevada;
- dor nas mamas;
- baixa energia;
- indisposição;
- irregularidade menstrual;
- desânimo para realizar as atividades da rotina.
Quais são as causas do excesso de progesterona?
A progesterona alta normalmente não é uma condição, mas consequência de outra alteração hormonal no corpo. Para mulheres que querem engravidar, por exemplo, conhecidas como “tentantes”, pode ser positivo estar com um nível mais elevado de progesterona.
Mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional, à base de progesterona ou de progesterona combinada a estrogênio, têm alta do hormônio como consequência.
Ao se falar sobre causas propriamente ditas, o excesso de progesterona pode ser indicativo de cistos no ovário, funcionamento em excesso das glândulas suprarrenais e, em casos mais graves, somados a outras condições clínicas, câncer de ovário e de endométrio.
Para reduzir a progesterona — que é produzida nos ovários, nas glândulas adrenais e na placenta — é necessário, antes, tratar o problema que levou à sua elevação.
Como é feito o diagnóstico do desequilíbrio hormonal?
Para assegurar que há anormalidade nos níveis desse hormônio, é fundamental procurar um ginecologista ou endocrinologista. O profissional fará a solicitação de um teste sanguíneo.
Ao realizá-lo, pílulas com progesterona devem ser suspensas um mês antes, de modo que não haja alterações nos resultados.
O teste de progesterona é bastante requisitado com a finalidade de buscar causas de infertilidade, determinar se a ovulação da mulher está normal, acompanhar gravidez de risco elevado, diagnosticar aborto espontâneo e identificar causas anormais de sangramento em mulheres.
Os valores de referência utilizados por laboratórios, avaliados por médicos, são os seguintes:
- ao longo do ciclo menstrual: dias 1-14 < 1 ng/mL ou 0,5-2,3 nmol/L; dias 15-282-25 ng/mL ou 6.4-79.5 nmol/L;
- durante a gravidez: 1 a 3 meses, 10-44 ng/mL ou 32.6-140 nmol/L; 4 a 6 meses, 19.5-82.5 ng/mL ou 62-262 nmol/L; 6 a 9 meses, 65-290 ng/mL ou 206.7-728 nmol/L;
- após a menopausa: valor normal: < 1 ng/mL ou 2 nmol/L;
- em homens: valor normal: < 1 ng/mL ou 3.2 nmol/L.
É importante citar que, na faixa etária dos 35 aos 55 anos, a progesterona passa a declinar. Após a menopausa, ela se torna praticamente ínfima, já que não há mais possibilidade de gestação.
Para que serve a progesterona em homens?
Embora sejam conhecidos como hormônios tipicamente femininos, a progesterona e o estrogênio também estão presente em homens, porém em níveis inferiores. A progesterona contribui para a formação de esperma, processo conhecido como espermiogênese.
Para eles, todavia, há menos possibilidades e riscos de alterações desse hormônio.
E quando a progesterona é baixa?
Quando os valores de medição indicam a situação contrária, o acompanhamento ginecológico também é imprescindível.
Níveis baixos de progesterona podem apontar para uma amenorreia (quando há ausência de menstruação), redução da função ovariana, infertilidade ou dificuldade de levar uma gestação adiante, toxemia e gravidez ectópica.
Para investigar a condição, pode-se ter atenção a sintomas como dores de cabeça anormais, alterações de humor, depressão, redução de desejo sexual, sufocos e irregularidade no ciclo da menstruação.
Para pacientes com essas condições, costuma ser recomendada a reposição hormonal, que pode ser feita com remédios orais, anéis vaginais e supositórios, além de cremes e géis.
Qual o tratamento para o excesso de progesterona?
Após buscar acompanhamento médico especializado, uma vez que a paciente tenha feito o diagnóstico, dependendo da condição que causa elevação hormonal, pode ser necessário fazer tratamento com medicamentos.
Para mulheres na menopausa ou grávidas com gestação de risco, por exemplo, a medicação ajuda a normalizar os índices outra vez.
Ter todos os níveis de hormônios regularizados e ter o acompanhamento médico de um ginecologista de sua confiança é imprescindível para assegurar a saúde e o bom funcionamento do organismo como um todo.
O excesso de progesterona, dessa forma, ainda que nem sempre seja uma situação preocupante e não necessariamente represente uma condição clínica, deve ser testado e avaliado por profissional especialista, que saiba orientar a mulher, grávida ou não, a fim de garantir o seu bem-estar, em quaisquer fases da vida.
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