Você sabe o que te causa tristeza e como sentir-se melhor?
A principal diferença entre os seres humanos e os outros animais do planeta terra é a consciência, a elevada racionalidade e a subjetividade. A humanidade é a única espécie que reflete sobre sua própria existência, e é aquela com a comunicação disparadamente mais complexa. O ser humano tem a capacidade de pensar, e isso é o que lhe permite acumular tanto conhecimento e desenvolver a sociedade tecnológica em que vivemos. Mas toda esta capacidade cognitiva vem acompanhada de uma larga variedade de sentimentos bons e ruins.
Sentir-se triste é completamente normal, inclusive espera-se que fiquemos tristes com situações ruins que podemos vivenciar. Sentir-se indiferente à maldade, injustiça, crueldade, desigualdade e violência é muito preocupante. Faz parte da experiência humana sentir-se mal, frustrado, angustiado, triste etc. O grande problema é que existe um limite para o estado de tristeza.
O ser humano que não consegue sentir-se feliz, que sente-se prezo na tristeza e sem esperanças, não está saudável. Ao contrário do que muitos acreditam, tristeza não é frescura, e você não depende só de você para sentir-se bem. Assim como existem cardiologistas para cuidar do seu coração, existem psiquiatras e psicólogos para tratar de sua saúde mental.
Tabela de conteúdos
O que é a tristeza?
A tristeza é o sentimento de infelicidade, de dificuldade em sentir prazer, de decepção. Ou seja, a tristeza é uma emoção, mas deixa o indivíduo em um estado específico de desânimo. Como o ser humano é uma espécie biologicamente muito complexa, estar triste não é apenas um resultado de interações químicas do nosso cérebro, mas também não é compreensível exclusivamente através da psicologia.
A tristeza, assim como outros sentimentos, é uma resposta do nosso organismo à estímulos externos e acontecimentos de nossas vidas. Só existe felicidade pois sabemos o que é estar triste, as emoções precisam de equilíbrio. Encontrar felicidade 100% do seu tempo é ilusório, esse tipo de busca quando se torna uma obsessão pode ser revertida em frustração e tristeza. É fundamental entendermos que nem sempre estaremos felizes, alguns filósofos, inclusive, caracterizam a experiência humana como a luta contra o sofrimento e a aceitação deste, mas essa é uma visão extremamente pessimista, é claro.
A ciência estuda tudo que você possa imaginar, então as emoções não ficam fora disso. A psicologia, a biologia, a filosofia, sociologia, antropologia, neurologia e muitas outras áreas tem muito o que dizer sobre nossos sentimentos. Investigá-los é muito importante para tentarmos controlar melhor o que sentimos.
A ciência por trás da Tristeza
Esses pesquisadores se dedicam à abordagens específicas das características humanas, o que não os impede de entender que outros aspectos, que não fazem parte de seus estudos, influenciem na saúde mental dos humanos. Um biólogo ou neurocientista, por exemplo, dificilmente vai afirmar categoricamente que apenas a química do cérebro e os hormônios influenciam em nossos sentimentos. Da mesma maneira que psicólogos não excluem a importância dos aspectos biológicos no funcionamento da mente.
Biologia dos sentimentos:
Dito isso, é importante diferenciar os estudos para compreendermos melhor o que querem dizer. Dentro da biologia, a neurociência estuda as funções químicas que afetam nossas respostas sensoriais. Nosso cérebro é recheado de neurotransmissores, cada um deles é responsável por estímulos diferentes. Alguns exemplos importantes são a serotonina, responsável pela regulação do humor e do bem-estar, a dopamina, cuja função é o controle do prazer, e a endorfina, que estimula sensações de dor e euforia.
A produção desses compostos químicos depende tanto de fatores objetivos como a exposição ao sol, a prática de atividade física e a alimentação, como de questões subjetivas como traumas, experiências passadas, medos etc. A falta desses é muito problemática, mas o excesso também é perigoso. A dopamina, por exemplo, tem a elevação de sua produção com o uso de algumas drogas, e isso, entre outras coisas, causa o vício.
Psicologia
A psicologia investiga os sentimentos através de uma visão mais subjetiva. As experiências que vivemos definem nossa resposta para os acontecimentos futuros. Alguns traumas ficam armazenados em nosso inconsciente e quando nos encontramos em um contexto semelhante nosso organismo responde de forma extrema. Alguém que sofreu algum tipo de violência ao longo da infância pode desenvolver problemas de confiança, dificuldade para criar vínculos emocionais etc.
É importante entender uma diferença entre biologia e psicologia no que se refere a objetividade de ambas. Se uma criança traumatizada pela violência se desenvolve mais introspectiva essa é a maneira como ela lidou com isso, é completamente possível que outra criança se torne um adulto que quer “compensar” o que sofreu e tenha uma personalidade diferente da primeira. A psicologia compreende controvérsias e contradições, afinal o ser humano não é coerente. Enquanto isso a biologia analisa, neste caso, compostos químicos que geram, de forma conclusiva, sensações no indivíduo.
O limite para estar triste
Um encontro entre o estudo da psicologia e da biologia pode ser visto na seguinte situação: alguém que certa vez foi assaltado e agredido durante a noite enquanto caminhava por uma rua escura. Esta situação traumatizou tal indivíduo, que numa próxima vez que caminhar por uma rua escura a noite pode sentir seu coração disparar, devido ao neurotransmissor chamado adrenalina.
Um psiquiatra precisa do diploma de medicina e da especialização em psiquiatria. Isso permite que ele receite remédios que auxiliem na regulação dos neurotransmissores. Mas esse mesmo psiquiatra, muitas vezes, solicita que o paciente procure um psicólogo para sessões de terapia. Essas sessões servem para o indivíduo explicar o que sente ao profissional, que estudou anos para entender as origens subjetivas dos sentimentos de cada um. A terapia é fundamental para a pessoa se conhecer melhor e aprender a lidar com suas tristezas, angústias, frustrações etc.
Enfim, estar triste é normal, mas é preciso muito cuidado para perceber se você está apenas triste ou se este estado está dominando seu dia a dia, te deixando com um sentimento de desesperança, te desmotivando a sair da cama e a fazer o que quer e o que não quer. A tristeza é natural quando não se torna uma sombra opressora para seu cotidiano, quando este estado ultrapassa tal limite pode ser que a pessoa esteja com depressão. A tristeza é um sentimento, já a depressão é uma doença que, diga-se de passagem, tem cura.
Esta noção da normalidade sobre estar triste pode confundir as pessoas, que não procuram ajuda por acharem que é apenas uma questão de tempo para melhorarem ou que seus sentimentos não irão mudar. Os profissionais da psicologia são preparados para tratar problemas como a depressão. Se qualquer dor física te motiva a procurar ajuda médica, você deveria fazer o mesmo com as dores emocionais.
Referências
- Super Interessante
- Farmacêutico Digital
- Zenklub
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